Resumo
Abordar a morfologia urbana como estudo dos elementos que constituem a paisagem em suas múltiplas formas de apropriação relaciona-se diretamente às questões climáticas. Tais manifestações e usos territoriais, geradores de vulnerabilidade ambiental correlacionam e intensificam os problemas socioambientais, como ocorre nas Áreas de Preservação Permanente - APP ocupadas em meio a expansão urbana desigual e desorientada. O presente trabalho tem por objeto as áreas de várzea de Macapá, APP’s denominadas localmente de “Áreas de Ressaca”. O trabalho visa contribuir à discussão sobre modelos urbanos mais adequados às ressacas, a partir do entendimento das raízes do conflito que as afeta e tendo por base as consequências sociais, ambientais e urbanísticas já visíveis em Macapá. Para tanto, dois casos podem impulsionar proposições mais adequadas para a convivência entre a população e as áreas ambientalmente relevantes: a cidade ribeirinha de Afuá no Pará, localizada na mesma região que Macapá e cujas realidades culturais se aproximam e a comunidade de Makoko, em Lagos, Nigéria, maior favela aquática do mundo. A análise enfocará a avaliação destes espaços construídos, interpretando-os como modelos urbanos, associados aos elementos de governança urbana e papel da comunidade, para assim chegar à uma forma de adaptação ecossistêmica na escala local.
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