Aprendendo com a forma urbana de Maputo (in)formal
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Palavras-chave

Maputo
morfologia urbana
auto-organização
cidade (in)formal
‘aculturação urbana’

Como Citar

LEITE DOS SANTOS VIANA, D. M.; SANZ, J.; NATÁLIO, A. Aprendendo com a forma urbana de Maputo (in)formal. Revista de Morfologia Urbana, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 17–30, 2013. DOI: 10.47235/rmu.v1i1.32. Disponível em: http://revistademorfologiaurbana.org./index.php/rmu/article/view/32. Acesso em: 24 nov. 2024.

Resumo

A problemática do artigo prende-se com a forma urbana de Maputo ao nível da sua estruturação e transformação. A partir da descrição deste processo, e como resultado, a ideia-chave é a de que a dicotomia ‘cidade de cimento’ / ‘cidade de caniço’ tem-se consubstanciado em complexas relações de forma urbana que importa entender. A metodologia desenvolvida, fortemente apoiada num estudo de caso, envolveu trabalho de campo a partir de registos gráficos, levantamento fotográfico, entrevistas exploratórias e recolha de informação de diferentes tipos e fontes, como cartografia e mapeamentos diversos. Procedeu-se ao tratamento de dados, redesenho e análise comparativa de múltiplos elementos da forma urbana de Maputo, conformando-os espacialmente e cronologicamente. Aplicaram-se métodos da morfologia urbana, descrevendo e explicando características e aspetos relativos à transformação da capital moçambicana. O principal resultado do artigo é a rejeição de perspetivas duais sobre a realidade urbana de Maputo, propondo, em alternativa, a inclusão e ‘interatuação’ de processos informais em princípios de intervenção inclusiva. Não se trata apenas de extrair sínteses da análise morfológica, na qual a dialética cidade de cimento / cidade de caniço traduz (de modo simplificado) contrastes intrincados da forma urbana de Maputo, mas antes de reconhecer a necessidade da articulação de conexões morfológicas mais conjuntas.

https://doi.org/10.47235/rmu.v1i1.32
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