Morfologia Urbana e a revolução dos dados
PDF

Palavras-chave

Morfologia Urbana, big data, redes multicamadas, redes temporais

Como Citar

KRAFTA, R.; RAUBER, A. Morfologia Urbana e a revolução dos dados. Revista de Morfologia Urbana, [S. l.], v. 8, n. 1, p. e00151, 2020. DOI: 10.47235/rmu.v8i1.151. Disponível em: http://revistademorfologiaurbana.org./index.php/rmu/article/view/151. Acesso em: 22 nov. 2024.

Resumo

Morfologia Urbana é um campo altamente dependente de dados espaciais urbanos. Sua dificuldade de obtenção constituiu durante muito tempo obstáculo ao desenvolvimento de pesquisas na área, porém, mais recentemente, o aumento na disponibilidade de dados, a emergência do big data e o crescente desenvolvimento de ferramentas e tecnologias de informação, vem abrindo novas possibilidades para explorar digitalmente o território. Não se trata apenas de disponibilidade abundante de dados e softwares para manipulá-los, mas novas capacidades de integrá-los, o que encoraja a cruzar fronteiras disciplinares. O presente artigo tem como foco a relação entre o campo da morfologia urbana, caracterizado por contornos bem definidos em termos de quais dados são requeridos, e o que tem sido feito na dita fronteira do conhecimento, onde dados de diferentes tipos são combinados. Como contribuição este trabalho identifica perspectivas para futuras pesquisas, mostrando como a morfologia urbana pode se beneficiar dessa revolução dos dados, em especial utilizando-se de novos mecanismos descritivos e analíticos. Isso é evidenciado através da exploração de grafos temporais, hipergrafos e grafos multicamadas, ainda pouco empregada nos estudos urbanos, mas que demonstra potencial para: a) descrições multidimensionais da forma urbana; b) explorações de análises do espaço-tempo.

https://doi.org/10.47235/rmu.v8i1.151
PDF

Referências

Alexander, C. (2015) A city is not a tree. Em: Mehaffy, M. (ed.). A City is not a Tree: 50th anniversary edition. Portland, Sustasis Press, edição do Kindle. [Original 1965]

Aleta, A., Moreno, Y. (2018). Multilayer Networks in a Nutshell. ArXiv. abs/1804.03488. Disponível em: https://doi.org/ 10.1146/annurev-conmatphys-031218-013259.

Batty, M., Longley, P. (1988) The Morphology of Urban Land Use. Environment and Planning B, 15(4), 461-488. Disponível em: https://doi.org/10.1068/b150461.

Batty, M. (2013) The new science of cities. Cambridge, MIT Press.

Boeing, G. (2017) OSMnx: New methods for acquiring, constructing, analyzing, and visualizing complex street networks. Computers, Environment and Urban Systems. 65, 126-139. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.compenvurbsys.2017.05.004

Boeing, G. (2019) Street Network Models and Measures for Every U.S. City, County, Urbanized Area, Census Tract, and Zillow-Defined Neighborhood. Urban Sci. 3(1), 28. Disponível em: https://doi.org/10.3390/urbansci3010028

Caniggia, G. (1984) Lettura di una città: Como. Lomazzo, Italia, NewPress Edizioni.

Conzen, M. (ed.) (2004) Thinking about urban form: papers on urban morphology, 1932-1988 M.R.G. Conzen. Oxford, Peter Lang.

Faria, A. P. (2010) Análise configuracional da forma urbana e sua estrutura cognitiva. Tese de doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional, Porto Alegre.

Faria, A.P., Krafta, R. (2013) Cognitive Structure: Urban Symbolic Order and Landmark Detection, Em: Palma, N. (org.) Sistemas Urbanos e Regionais. Santa Cruz do Sul, EDUNISC. Disponível em: http://hdl.handle.net/11624/1810 [Consultado em: 5 de junho de 2020].

Gil, J. (2014) Analyzing the configuration of multimodal urban networks. Geographical Analysis. 46(4), 368–391.

Greco, K. Seeing the city through data, seeing the data through the city. Em: Offenhuber, D., Ratti, C. (eds.) (2014). Decoding the city: Urbanism in the age of big data. Basel, Birkhauser, pp. 125-142.

Haken, H., Portugali, J. (2015) Information adaptation: The interplay between Shannon information and semantic information in cognition. Berlin, Springer.

Holme, P., Saramäky, J. (2013) Temporal Networks. Physics Reports. 519(3), 97-125. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.physrep.2012.03.001

Johnson, J. (2012) Cities: Systems of Systems of Systems. Em: Portugali, J., Meyer, H., Stolk, E., Tan, E. (eds.) Complexity theories of cities have come of age: An overview with implications to urban planning and design. Heidelberg, Springer, pp. 153-172.

Kirkley, A., Barbosa, H., Barthelemy, M., Ghoshal, G. (2018). From the betweenness centrality in street networks to structural invariants in random planar graphs. Nat Commun. 9, 2501. Disponível em: https://doi.org/10.1038/s41467-018-04978-z

Kivelä, M., Arenas, al., Barthelemy, M., Gleeson, J., Moreno, Y., Porter, M. (2014) Multilayer networks. Journal of Complex Networks. 2(3), 203–271. Disponível em: https://doi.org/10.1093/comnet/cnu016.

Krafta, R. (1994) Modelling Intraurban Configurational Development, Environment and Planning B, 21(1), 67-82. Disponível em: https://doi.org/10.1068/b210067

Krafta, R. (1996) Modelling Intraurban Configurational Development, Environment and Planning B, 23(1), 37-48. Disponível em: https://doi.org/10.1068/b230037

Krafta, R., Silva, E. (2019) Self-Organized Criticality and urban form system dynamics with reference to a Brazilian city. Area Development and Policy. Disponível em: https://doi.org/10.1080/23792949.2019.1631124

Lima, L, Krafta, R., Ribeiro, B. (2017) A distância como variável em modelos configuracionais no estudo da distribuição de atividades econômicas urbanas. URBE Rev. Bras. Gest. Urbana, 9(2), 354-370. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2175-3369.009.002.ao14

Marshall, S., Gil, J., Kropf, K., Tomko, M., Figueiredo, L. (2018) Street network studies: from networks to models and their representations. Netw Spat Econ. 18(3), 735–749. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s11067-018-9427-9.

Marchetti, C. (1990) Anthropological invariants in travel behaviour. Technological Forecasting and Social Change. 47, 75-88.

Netto, V.; Meirelles, J.V.; Pinheiro, M.; Lorea, H. (2017) Uma geografia temporal do encontro. Revista de Morfologia Urbana. 5(2), 85-101. Disponível em: http://revistademorfologiaurbana.org/index.php/rmu/article/view/2. [Consultado em: 29 de maio de 2020].

Netto, V., Meireles, J., Ribeiro, F. (2017). Social Interaction and the city: The effect of space in the reduction of entropy. Complexity. 2017, 6182503. Disponível em: https://doi.org/10.1155/2017/6182503.

Nicosia, V., Bianconi, G., Latora, V., Barthelemy, M. (2013) Growing multiplex networks. Phys. Rev. Lett. 111(5), 058701. Disponível em: https://doi.org/10.1103/PhysRevLett.111.058701.

Offenhuber, D., Ratti, C. (eds.) (2014). Decoding the city: Urbanism in the age of big data. Basel, Birkhauser.

Panerai, P., Castex, J., Depaule, J. (1997) Formes Urbaines: de l’ilot a la barre. Marselha, France, Editions Parenthesis.

Paroli, E. (2019) A cidade como uma rede de interconexões sociais: uma abordagem configuracional. Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional, Porto Alegre.

Porta. S., Rofè, Y., Vidoli, M. (2015) The city and the grid: building beauty at large scale. Em: Mehaffy, M. (ed.). A City is not a Tree: 50th anniversary edition. Portland, Sustasis Press, edição do Kindle.

Shpuza, E. (2014) Allometry in the syntax of street networks: Evolution of Adriatic and Ionian coastal cities 1800-2010. Environment and Planning B: Planning and Design. 41(3), p. 450–471. Disponível em: https://doi.org/10.1068/b39109.

Spinelli, J., Krafta, R. (1998) Configuração Espacial e Distribuição do Valor do Solo Urbano, Cadernos IPPUR, 12(2), 83-104. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/ippur.

Strano, E., Nicosia, V., Latora, V., Porta, S., Barthelemy, M. (2012) Elementary processes governing the evolution of road networks. Sci Rep. 2(1), 296. Disponível em: https://doi.org/10.1038/srep00296.

Wasserman, S., Faust, K. (2009) Social network analysis: methods and applications. 18th ed. New York, Cambridge University Press.

Wolfran, S. (2020). Finally we may have a path to the fundamental theory of physics, and it’s beautiful, Disponível em: https://writings.stephenwolfram.com [Consultado em: 29 de maio de 2020].

Zechlinski, A.P. (2013) Configuração e práticas no espaço urbano: uma análise da estrutura espacial urbana. Tese de doutorado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional, Porto Alegre.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2020 Romulo Krafta, Alice Rauber

Downloads

Não há dados estatísticos.