O conceito de rendimento da escola italiana de morfologia
PDF

Palavras-chave

cidades novas
forma urbana
traçado urbano

Como Citar

RIBEIRO DA COSTA, H.; LEÃO REGO, R. O conceito de rendimento da escola italiana de morfologia: um parâmetro para a boa forma da cidade. Revista de Morfologia Urbana, [S. l.], v. 7, n. 2, p. e00082, 2019. DOI: 10.47235/rmu.v7i2.82. Disponível em: http://revistademorfologiaurbana.org./index.php/rmu/article/view/82. Acesso em: 22 nov. 2024.

Resumo

Como transpor o conceito de ‘rendimento’ da escola italiana de morfologia urbana para a língua portuguesa e associá-lo diretamente à escala da cidade? Desenvolvido originalmente por Gianfranco Caniggia e seus discípulos, o conceito de ‘rendimento’ expressa uma ideia de adaptação, aproveitamento e eficiência, e foi sobretudo empregado na leitura de conjuntos edificados e territórios. Entretanto, o ‘rendimento’ ainda não foi aplicado na análise e proposição de novos traçados urbanos. O que se faz neste artigo, portanto, é interpretar o conceito a partir de sua etimologia e do arcabouço italiano, adaptando-o para a escala da cidade e possibilitando que o ‘rendimento’ possa ser aplicado em novos projetos. Por meio de argumentação lógica, serão revisados os principais autores que trataram do rendimento e suas considerações serão associadas e sintetizadas em uma definição lusófona. Como resultado, o conceito de ‘rendimento urbano’ será desenvolvido, traduzindo a relação entre traçado urbano e relevo, que pode servir de parâmetro para o projeto de novas áreas urbanas. A conclusão apontará que o ‘rendimento’ perpassa as relações entre imaginário coletivo e paisagem, entre indivíduo, cultura e território, proporcionando uma compreensão mais abrangente da cidade e novos horizontes projetuais.

https://doi.org/10.47235/rmu.v7i2.82
PDF

Referências

Abbott, A. (2011) City living marks the brain. Nature. 474 (7532), 429-429. Disponível em: https://doi.org/10.1038/474429a.

Berghauser Pont, M. e Haupt, P. (2009) Space, density and urban form. Delft, University of Technology.

Bertaud, A. (2004) The Spatial Organization of Cities: Deliberate Outcome or Unforeseen Consequence? Disponível em: http://alainbertaud.com [Consultado em: 20 de agosto de 2017].

Bertaud, A. (2018) Order without design : How markets shape cities. Cambridge, MIT Press.

Bond, M. (2017) The hidden ways that architecture affects how you feel. Disponível em: http://www.bbc.com/future/story/20170605-the-psychology-behind-your-citys-design [Consultado em: 20 de novembro de 2018].

Caniggia, G. (1963) Lettura di una città: Como. Roma, Centro Studi di Storia Urbanistica.

Caniggia, G. e Maffei, G. L. (2008) Lettura dell’edilizia di base. Florença, Alinea.

Carlotti, P. (1995) Per lo studio del processo di trasformazione del Territorio Romano. Roma, Esagrafica.

Carlotti, P. (2012) La periferia orientale di Roma: criteri e strumenti per lo studio e la progettazione dei luoghi urbani. Em: Strappa, G. (ed.) Studi sulla periferia est di Roma. Milão, FrancoAngeli pp. 29-54.

Carvalho, O. (2012) A filosofia e seu inverso & outros estudos. São Paulo, Vide Editorial.

Cataldi, G. (2003) From Muratori to Caniggia: The origins and development of the Italian school of typology. Urban Morphology. 7 (1), 19-34.

Cataldi, G. (2015) Didática da Morfologia Urbana. Revista de Morfologia Urbana. 3 (1), 57-59. Disponível em: http://revistademorfologiaurbana.org/index.php/rmu/issue/view/6/6 [Consultado em: 08 de agosto de 2018].

Cataldi, G., Maffei, G. L., Vaccaro, P. (2014) Saverio Muratori e a escola Italiana de tipologia projetual. Revista de Morfologia Urbana. 2 (1), 25-36. Disponível em: http://revistademorfologiaurbana.org/index.php/rmu/issue/view/8/8 [Consultado em: 26 de setembro de 2018].

Costa, S. A. P. e Netto, M. M. G. (2015) Fundamentos de Morfologia Urbana. Belo Horizonte, C/ Arte.

Cunha, G. R., Pires, J. L. F., Dalmago, G. A., Santi, A., Pasinato, A. (2011) A evolução do conceito de rendimento em agricultura e as estratégias de segurança alimentar. Revista Plantio Direto. 20 (126), pp. 8-12. Disponível em: https://www.embrapa.br/documents/1355291/17775548/Gilberto+Cunha+e+tal_RPD+v21%2C+n6+-+nov-dez+2011+-+O+conceito+de+rendimento.pdf/ec0ded28-5aa6-4d83-808b-a2ed1c0bb09a?version=1.0 [Consultado em: 10 de fevereiro de 2019].

Dalla Negra, R. (2015) L’intervento contemporaneo nei tessuti storici. U+D urbanform and design. 03/04, pp. 10-31.

De Martin, M. (2009) La valutazione del rendimento nel progetto della residenza: Per un’architettura di qualità fra innovazione e tradizione. Roma, Gangemi.

Dicio Dicionário online de Português (2019) Edilício. Disponível em : https://www.dicio.com.br/edilicio/ [Consultado em : 09 novembro de 2019].

Dicionario infopédia da Língua Portuguesa (2019) Rendimento. Disponível em : https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/rendimento [Consultado em: 15 fevereiro de 2019].

Dicionário Michaelis (2019) Render. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/render/ [Consultado em: 15 fevereiro de 2019].

Dicionario Priberam (2018) Rendimento. Disponível em: https://dicionario.priberam.org//rendimento [Consultado em: 22 maio de 2018].

Dizionario di Economia e Finanza (2012) Rendimento. Disponível em: http://www.treccani.it/enciclopedia/rendimento_(Dizionario-di-Economia-e-Finanza)/ [Consultado em: 22 maio de 2018].

Faria, E. (ed.) (1962) Dicionário Escolar Latino-Português. Brasil, Ministério da Educação e Cultura.

Grieves, R. M. e Jeffery, K. J. (2017) The representation of space in the brain. Behavioural Processes. 135, pp. 113-131. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.beproc.2016.12.012

Guerreiro, M. R. P. (2002) O Território e a Edificação : O Papel do Suporte Físico Natural na Génese e Formação da Cidade Portuguesa. Lisboa, ISCTE.

Hollander, J. e Foster, V. (2016) Brain responses to architecture and planning : a preliminary neuro-assessment of the pedestrian experience in Boston, Massachussetts. Architectural Science Review, 59 (6), 474-481. Disponível em: https://doi.org/10.1080/00038628.2016.1221499

Kennedy, D. P. e Adolphs, R. (2011) Stress and the city. Nature. 474 (7352), 452-453. Disponível em: https://doi.org/10.1038/474452a

Loureiro, V. R. T., Medeiros, V. A. S., Guerreiro, M. R. (2017) Configuration of self-organizing informality : Socio-spatial dynamic in favelas. Em : 11th Space Syntax Symposium, 03-07 July 2017, Lisboa, Instituto Superior Técnico, Departamento de Engenharia Civil, Arquitetura e Georrecursos. Pp. 1-17. Disponível em : https://repositorio.iscte-iul.pt/bitstream/10071/14581/1/86.pdf [Consultado em: 22 de setembro de 2018].

Lynch, K. (1960) The image of the city. Cambridge, MIT Press.

Maffei, G. L. (2003) Gianfranco Caniggia: architetto. Roma (1933-1987): disegni, progetti, opere. Florença, Alinea.

Maretto, M. (2015) Polarità, percorsi, tessuti. Il ruolo della morfologia urbana nel progetto urbano contemporaneo. U+D urbanform and design. 03/04, pp. 46-65.

Marzot, N. (2015) Studies for an anthropology of the territory. New achievements from Saverio Muratori’s archive. Em: Strappa, G., Amato, A. R. D., Camporeale, A. (eds.) City as Organism, new visions for urban life, 2, 22nd ISUF Internacional Conference, 22-26 september 2015, Rome, Italy. Roma, Sapienza. pp. 43-53. Disponível em: https://www.urbanform.it/books/ [Consultado em: 10 de abril de 2019].

McHarg, I. (1971) Design with Nature. Nova Iorque, Natural History Press.

Mora, J. F. (1962) Diccionario de Filosofía Tomo II L-Z. Buenos Aires, Editorial Sudamericana.

Netto, M. M. G., Costa, S. A. P., Lima, T. B. (2014) Bases conceituais da escola inglesa de morfologia urbana. Paisagem e Ambiente : Ensaios, 33, pp. 29-48. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2359-5361.v0i33p29-48

Oliveira, V. e Medeiros, V. (2016) Morpho: Combining morphological measures. Environment and Planning B: Planning and Design. 43 (5), pp. 805-825. Disponível em: https://doi.org/10.1177/0265813515596529

Oliveira, V. e Silva, M. (2013) Morpho: investigação morfológica e prática de planejamento. Revista de Morfologia Urbana. 1 (1), 31-44. Disponível em: http://revistademorfologiaurbana.org/index.php/rmu/issue/view/9/9 [Consultado em: 14 de agosto de 2018].

Pontecorvo, B. (1936) Rendimento. Em: Enciclopedia Italiana. Disponível em: http://www.treccani.it/enciclopedia/rendimento_(Enciclopedia-Italiana)/ [Consultado em: 22 de maio de 2018].

Rebecchini, M. (2008) Attualità del pensiero di Gianfranco Caniggia: Elogio del ‘tipo’. Em: Imbesi, G., Lenci, R., Sennato, M. (eds.) Nella ricerca: Annali. Dipartimento di architettura e urbanistica per l’ingegneria. Roma, Gangemi, pp. 105-110.

Rego, R. L. (2001) O desenho urbano de Maringá e a idéia de cidade-jardim. Acta Scientiarum. 23 (6), pp. 1569-1577.

Rego, R. L. (2009) As Cidades Plantadas: os britânicos e a construção da paisagem no Norte do Paraná. Maringá, Humanidades.

Scruton, R. (2012) How to Think Seriously About the Planet: The Case of an Environmental Conservatism. Nova Iorque, Oxford University Press.

Sinonimi e Contrari (2018) Rendere. Disponível em: http://www.treccani.it/vocabolario/rendere_(Sinonimi-e-Contrari)/ [Consultado em: 22 de maio de 2018].

Strappa, G. (1995) Unità dell’organismo architettonico: Note sulla formazione e trasformazione del carattere degli edifici. Bari, Dedalo.

Strappa, G. (ed.) (2012) Studi sulla periferia est di Roma. Milão, FrancoAngeli.

Strappa, G. (ed.) (2018) Observations on Urban Growth. Milão, FrancoAngeli.

Strappa, G. (2019) A arquitetura como organismo e processo. Revista de Morfologia Urbana. 7 (1), e00087, pp. 1-6.

Vocabolario Online Treccani (2018) Rendimento. Disponível em : http://www.treccani.it/vocabolario/rendimento/ [Consultado em: 22 de maio de 2018].

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2019 Higor Ribeiro da Costa, Renato Leão Rego

Downloads

Não há dados estatísticos.